Para dar a conhecer os álbuns de rock/metal progressivo que mais me fascinam e que fazem parte da minha colecção pessoal. Estejam à vontade para sugerir álbuns, comentar, criticar ou simplesmente para falar do tempo. Se alguma alma com jeito para prosa e gosto pelo progressivo quiser publicar alguma crítica ou texto, esteja à vontade para se submeter à minha censura.
TRACK LISTING 1. Heal The Waters 2. Torn 3. Burn The Sun 4. Resurrection 5. Absolute Zero 6. Just A Little 7. Waking Hour 8. Noose 9. Feed The Fire 10. I Bleed 11. Missing You
MÚSICOS Jorn Lande - voz Tore Østby - guitarra Randy Coven - baixo Mats Olausson - teclados John Macaluso - bateria
TRACK LISTING 1. Lady of winter 2. Red sharks 3. Painted skies 4. Masque of the red death 5. In dark places 6. Where dragons rule 7. Lonely 8. Burning bridges 9. Eternal world 10. Transcendence
MÚSICOS Midnight - voz Jon Drenning - guitarra Ben Jackson - guitarra Jeff Lords - baixo Dana Burnell - bateria
TRACK LISTING 1. Red 2. Fallen Angel 3. One More Red Nightmare 4. Providence 5. Starless
MÚSICOS Robert Fripp - guitarra, mellotron John Wetton - voz, baixo Bill Bruford - bateria, percurssão Ano - 1974 País - Inglaterra Formato - CD / LP MySpace - http://www.myspace.com/officialkingcrimson
Há precisamente 40 anos foi lançado por uma banda inglesa o que muitos consideram o primeiro álbum de rock progressivo. In the Court of the Crimson King, mais do que um marco do rock progressivo, foi um marco na história da música do século XX.
Tool, Nirvana, Porcupine Tree, Iron Maiden, Voivod, Between The Buried And Me, Dream Theater,Rush são apenas algumas das bandas que admitiram a forte influência que a música de King Crimson teve no seu percurso.
A actividade dos King Crimson pode ser dividida em 3 fases: de 1969 a 1974, de 1981 a 1984 e de 1994 até aos dias de hoje. A primeira fase é de longe a mais profícua em termos de lançamentos, com 7 álbuns de estúdio, sendo o álbum Red o último a ser editado e o meu preferido.
Se tivesse que escolher a banda que melhor define, na minha opinião, o que é rock progressivo, essa banda seria certamente King Crimson. Robert Fripp e sus muchachos (mais de 20) conseguem ao fim de 40 anos manter a mesma dose de criatividade, experimentalismo e loucura que tinham no início de carreira. Ao contrário de outras bandas de referência que se pautaram a partir de determinada altura na sua carreira por lançamentos menos interessantes e por abordagens mais comerciais (Yes ou Genesis são exemplos), os King Crimson optaram por interromper a sua carreira por duas vezes, regressando sempre em força e com a exploração de novas sonoridades, ou seja, cada novo lançamento trazia sempre algo de novo e interessante.
Independentemente das inúmeras mudanças de formação da banda, a qualidade dos músicos sempre foi elevadíssima. Na bateria Bill Bruford, muito possivelmente o baterista com melhor currículo de rock progressivo: Yes, King Crimson, Genesis, , U. K., Steve Howe, Pavlov’s Dog, Al Di Meola, etc. É dele uma afirmação que caracteriza muito bem a música de King Crimson:
"When you want to hear where music is going in the future, you put on a King Crimson album."
Na voz e baixo John Wetton cujo currículo pode ser consultado na wikipédia (muito longo para colocar aqui). Finalmente na guitarra um tal de Robert Fripp. Um sujeito de óculos que toca sentado nos concertos. Robert Fripp é sem dúvida um dos músicos mais inovadores e criativos da história do rock. A sua procura incessante por novas sonoridades fazem dele uma referência na guitarra eléctrica. Para além dos 3 músicos “oficiais” deste álbum, destaco também o contributo do violinista David Cross, em especial na música “Providence”.
O álbum Red consegue em apenas 5 músicas varrer um conjunto de sonoridades tão vastas que a maior parte das bandas não consegue numa carreira inteira (e não estou a falar de AC/DC ou Motorhead). Apesar das diferentes sonoridades apresentadas, o álbum consegue transmitir um sentido de unidade muito grande e esse é precisamente um dos pontos fortes deste Red.
Basta esperar apenas 28 segundos para sermos brindados com um dos melhores riffs que eu conheço, se calhar o primeiro riff de metal progressivo: pesado, evil e viciante. Arrisco-me a dizer que estamos perante um dos melhores instrumentais de rock progressivo, carregado de mudanças de compasso.
“Fallen Angel” inicia de uma forma calma e vai crescendo progressivamente ao longo dos seus 6 minutos de duração, especialmente nos agoniantes versos cantados por John Wetton.
“One More Red Nightmare” introduz mais um riff bem heavy, muito à semelhança da música “Red”. A música ganha um balanço contagiante com a entrada da voz e a componente jazz da banda vem ao de cima com a parte intermédia instrumental com um brilhante solo do saxofonista Ian MacDonald.
“Providence” é uma obra de música erudita contemporânea fantástica. Se Arnold Schoenberg ou Anton Webern tivessem uma banda de rock progressivo poderiam muito bem ter composto esta música. Mesmo um apreciador de rock progressivo terá dificuldade em absorver está musica. Decididamente “Not for the faint of heart”.
“Starless” é de uma beleza quase indescritível. Aliás, é mesmo indescritível e por isso mais não digo.
Este álbum é de uma beleza quase indescritível. Aliás, é mesmo indescritível e por isso esqueçam tudo o que eu escrevi e tratem de o ouvir rapidamente.
TRACK LISTING 1. Ashes 2. Out Of Mind 3. Tiny Streams 4. Into The Everflow 5. Little People 6. Hanging On A String 7. Freakshow 8. Butterfly
MÚSICOS Buddy Lackey - voz, teclados, flauta Dan Rock - guitarra Brain McAlpin - guitarra Ward Evans - baixo Norm Leggio - bateria Ano - 1992 País - Estados Unidos Formato - CD MySpace - http://www.myspace.com/psychoticwaltzofficial
Adorados pela crítica e ignorados pelo comum dos mortais, Psychotic Waltz é o perfeito exemplo de uma banda que passou ao lado de uma grande carreira. Na minha opinião, esta banda é a perfeita fusão entre Fates Warning e Queensryche. Se aos primeiros vão buscar a utilização de compassos menos convencionais, virtuosismo dos instrumentistas e uma abordagem vocal muito peculiar e cativante, aos segundos vão buscar a capacidade para fazer arranjos brilhantes e fantásticas progressões harmónicas. Para além disto acrescentam uma obscuridade e misticismo (em especial nos 2 primeiros álbuns) que torna a sonoridade desta banda uma experiência única dentro do metal progressivo.
Para grande pena minha descobri esta banda tardiamente e confesso que demorei algum tempo para me render ao seu brilhantismo. Talvez por isso ocupem actualmente um lugar de destaque nas minhas preferências.
Outra das grandes virtudes desta banda é que depois de ouvir os seus 4 álbuns, as palavras “Dream Theater” nunca me ocorrem. Este é um dos maiores elogios que posso dar a uma banda de metal progressivo.
Lançar um álbum de metal progressivo em 1992 é muito complicado, especialmente se esse álbum não se chamar Images and Words. Mas a verdade é que o segundo álbum dos Psychotic Waltz conseguiu superar o álbum de estreia e transformar-se num marco dentro do género.
O álbum abre com a fantástica “Ashes”, música onde a pomposa introdução de teclados faz antever algo de grandioso. O uso de teclados não é muito habitual nesta banda, claramente vocacionada para as guitarras. De seguida somos atropelados por uma das músicas mais pesadas da banda, “Out of mind”, com uma melodia vocal a fazer lembrar o fantástico John Arch.
O ponto alto do álbum é sem dúvida a música que dá nome ao álbum: “Into The Everflow”. Um épico de com mais de 8 minutos que é um sempre crescendo turbilhão de emoções. O solo de guitarra a partir de 6:30 e que positivamente se arrasta durante mais de 1 minuto é de uma intensidade sem par.
Outra música a merecer destaque muito por culpa do esquizofrénico registo vocal de Buddy Lackey (o Devon Graves de Dead Soul Tribe) é “Freakshow”.
O álbum seguinte da banda, Mosquito, trouxe uma sonoridade diferente, com mais groove e músicas um pouco mais imediatas, perdendo-se, em parte, o carácter épico e sombrio dos dois primeiros álbuns.
Into The Everflow é obrigatório para qualquer apreciador de metal progressivo, sendo um dos álbuns que ajudou a projectar o estilo no início dos anos 90.
TRACK LISTING 1. The Great Deceiver 2. End Of Your Days 3. As I Lie Here Bleeding 4. Recreation Day 5. Visions 6. I'm Sorry 7. Blinded 8. Fragments 9. Madness Caught Another Victim 10. Your Darkest Hour 11. Unforgivable 12. Bonustrack : Trilogy Of The Damned
MÚSICOS Tom S. Englund - voz, guitarra Henrik Danhage - guitarra Rikard Zander - teclados Michael Håkansson - baixo Patrick Carlsson - bateria Ano - 2003 País - Suécia Formato - CD Digipak MySpace - http://www.myspace.com/officialevergrey
O primeiro álbum que se ouve de uma determinada banda acaba, invariavelmente, por ter uma influência decisiva na opinião que formamos sobre essa mesma banda. Evergrey é um dos casos mais flagrantes dessa influência. Acredito que se tivesse descoberto Evergrey apenas com os dois últimos álbuns (Monday Morning Apocalypse e Torn), esta banda sueca nunca se teria tornado numa das minhas preferidas e muito provavelmente nunca teria ouvido este Recreation Day.
Numa situação hipotética em que fosse possível fundir sonoridades de diferentes bandas com o intuito de obter o som ideal, a nossa banda ideal, penso em quatro ou cinco bandas para esse efeito. Evergrey é uma delas e este álbum Recreation Day contribui de forma decisiva para isso.
A intensidade que este álbum tem sempre foi o aspecto que mais me cativou. Mesmo nas músicas mais calmas (a excelente cover "I’m Sorry" ou a guitarrada acústica "Madness Caught Another Victim") o nível de intensidade e de emoção é sempre altíssimo, prendendo de forma inevitável o ouvinte. Para isto muito contribui o pesado trabalho de guitarras sempre com excelentes riffs e o timbre muito peculiar do Tom Englund, bastante diferente do habitual vocalista de metal progressivo. Estes dois aspectos fazem também com que Evergrey seja das bandas mais pesadas de metal progressivo (costumo dizer que são os Pantera do metal progressivo).
Ainda que o principal destaque instrumental seja o trabalho de guitarra, acho também necessário destacar o trabalho do teclista Rikard Zander, que funciona como um complemento perfeito para as pesadas músicas de Evergrey. Na edição especial do álbum, a música "Trilogy of the Damned" (medley de músicas de outros álbuns interpretadas apenas com voz e piano) é o perfeito exemplo das qualidades deste teclista.
Destacar músicas num álbum muito homogéneo e de qualidade superior não é fácil e torna-se inclusivamente uma tarefa injusta. A minha música preferida é “As I lie here bleeding” (a versão ao vivo é sublime) porque acho que resume na perfeição a essência de uma banda como Evergrey: peso, melodia, intensidade.
Evergrey é, dentro do mundo do metal progressivo, uma das bandas mais originais, tendo conseguido criar uma sonoridade única.
TRACK LISTING 1. One Little Victory 2. Ceiling Unlimited 3. Ghost Rider 4. Peaceable Kingdom 5. The Stars Look Down 6. How It Is 7. Vapor Trail 8. Secret Touch 9. Earthshine 10. Sweet Miracle 11. Nocturne 12. Freeze (Part IV of Fear) 13. Out Of The Cradle
MÚSICOS Geddy Lee - voz, baixo Alex Lifeson - guitarra Neil Peart - bateria Ano - 2002 País - Canadá Formato - CD MySpace - http://www.myspace.com/officialrush
Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Peart formam, muito possivelmente, o melhor trio da história do rock, quer pela longevidade da carreira quer pela qualidade da música que criaram. Ao longo de quase 40 anos conseguiram construir uma carreira invejável, influenciaram inúmeras bandas e músicos por todo mundo e conseguem ainda hoje ter um papel tão importante como tinham na década de 70 ou 80. Normalmente quando uma banda altera o seu som ao longo de uma carreira é inevitável apreciar mais uma determinada era. No caso dos Rush adoro todas as fases: dos épicos progressivos dos anos 70 (2112 ou Hemispheres), da fase de transição no início dos anos 80 (Permanent Waves ou Moving Pictures), da fase synth dos anos 80 (Signals ou Grace Under Pressure) ou da fase mais hard rock a partir dos anos 90 (Roll the Bones ou Counterparts). A verdade é que esta banda sempre soube evoluir de uma forma muito sustentada, mantendo sempre a sua costela progressiva e de superior execução técnica. Perante isto a única dúvida que se levanta é qual álbum comentar.
Resolvi escolher o Vapor Trails porque resultou do maior hiato em termos de lançamentos de estúdio da banda, fruto essencialmente das tragédias pessoais que o baterista Neil Peart sofreu. A verdade é que perante tais adversidades que quase colocaram um ponto final na banda, os Rush foram capazes de lançar um autêntico petardo de rock que relançou a carreira da banda, atingindo o ponto alto com a digressão no Brasil perante estádios lotados com 60.000 pessoas a assistir.
O álbum abre com a minha música preferida: “One little victory”. Se alguém tivesse dúvidas da capacidade do Neil Peart em voltar a tocar bateria depois dos problemas que viveu, ao fim de 10 segundos já tem a resposta. O riff a partir dos 55 segundos é simplesmente viciante e a voz do Geddy faz lembrar em momentos as “gritarias” dos álbuns da década de 70.
A música seguinte a merecer destaque é a “Ghost Rider”. A letra relata a viagem que o baterista Neil fez pelos Estados Unidos durante a sua fase de luto (que daria também origem a um livro chamado Ghost Rider). Musicalmente o grande destaque vai para o trabalho do baixo e para um refrão fantástico e cativante. Aproveito aqui para deixar a minha vénia ao Geddy Lee: pode não ser o melhor vocalista que por aí anda nem o melhor baixista, mas sinceramente não conheço mais ninguém que consiga tocar aquelas malhas de baixo e cantar em simultâneo.
É complicado estar a destacar mais músicas num álbum que não tem temas fracos, mas o refrão da música “Sweet Miracle”, a introdução da “Nocturne” e o solo de baixo da "Ceiling Unlimited" merecem uma referência especial.
Vapor Trails é muito possivelmente o meu álbum rock preferido. Ouçam e muito provavelmente vai passar a ser o vosso também.
Deixo aqui uma entrevista para quem tiver curiosidade de conhecer a banda.
TRACK LISTING 1. Beginnings 2. Ending Theme 3. Fandango 4. A Trace Of Blood 5. This Heart Of Mine 6. Undertow 7. Rope Ends 8. Chain Sling 9. Dryad Of The Woods 10. Remedy Lane 11. Waking Every God 12. Second Love 13. Beyond The Pale
MÚSICOS Daniel Gildenlöw - voz, guitarra / guitars, vocals Johan Hallgren - guitarra Kristoffer Gildenlön - baixo Fredrik Hermansson - teclados Johan Langell - bateria
Robert Fripp, Jon Anderson, Peter Gabriel, Roger Waters, Peter Hammill, Keith Emerson, Frank Zappa…….Daniel Gildenlow. Pode parecer um pouco exagerado, mas na minha modesta opinião o líder dos Pain of Salvation está no mesmo patamar de genialidade das celebridades progressivas que referi. Este Remedy Lane é apenas uma das provas do imenso talento do músico sueco.
Normalmente não ligo muito às letras de um álbum, prefiro ler um bom livro. No caso de Pain of Salvation, sinto-me sempre tentado a decifrar as histórias criadas pela mente do Daniel Gildenlow. Nem sempre é fácil, mas é sempre um óptimo complemento da experiência musical.
Do ponto de vista musical não há nada a apontar a este álbum. Músicas como “Fandango” ou “Rope Ends” (não sei porquê mas a voz do Daniel no refrão desta música faz-me sempre lembrar o Bruce Dickinson) são a perfeita definição de metal progressivo: estruturas complexas mas superiormente interpretadas, virtuosismo dos músicos, melodias e harmonias originais e uma mescla de estilos que resultam numa unidade brilhante.
O trabalho vocal merece também especial destaque. O Daniel é um dos vocalistas mais versáteis da actualidade e dos poucos que consegue transmitir de forma inequívoca emoção às músicas que canta. Aconselho a ouvir o álbum com headphones como forma de descobrir todos os fantásticos pormenores vocais.
Se tivesse que escolher um Top5 de melhores álbuns de metal progressivo, este Remedy Lane seria certamente um dos eleitos.
"If you are looking for a band that sounds just like your favorite band, just forget about us. If you are looking for a band that will make you forget about your favorite band, we are here” – Daniel Gildenlow.
TRACK LISTING 1. Experiments In Mass Appeal 2. Welcome To Nowhere 3. Pocket Sun 4. Saline 5. Dear Dead Days 6. Falling Down 7. You/I 8. Toys 9. Wonderland
MÚSICOS Declan Burke - voz, guitarra Jem Godfrey - voz, teclados, piano John Mitchell - voz, guitarra, violinos John Jowitt - baixo Andy Edwards - bateria Ano - 2008 País - Inglaterra Formato - 2CD Digipak MySpace - http://www.myspace.com/planetfrost
Como introdução a este álbum devo apenas dizer que desde o Absolution dos Muse não ouvia algo assim. Infelizmente tive que esperar cerca de 5 anos para voltar a ficar completamente rendido a uma banda. O primeiro álbum dos Frost*, Milliontown, já tinha sido uma agradável surpresa. Músicas como “Hyperventilate”, “No me no you” ou “Black light machine” são do melhor que eu já ouvi dentro do rock progressivo, mas a verdade é que este Experiments in mass appeal ainda consegue ser melhor.
O Sr. Jem Godfrey é o líder, compositor e teclista da banda. A ele juntam-se alguns dos nomes mais conhecidos da cena progressiva inglesa: John Mitchell na guitarra (Arena, Kino, It Bites), John Jovitt no baixo (IQ, Arena), Andy Edwards na bateria (Robert Plant, IQ, Manhattan Transfer) e Declan Burke na voz e guitarra (Darwin’s Radio). Jem Godfrey é também um conhecido produtor e compositor que já trabalhou com as Atomic Kitten ou Holly Valance.
Quero começar por salientar o trabalho de teclados deste álbum. Absolutamente soberbo! A música “Dear Dead Days” resume na perfeição o génio do Jem Gofdrey. Uma introdução de 55 segundos com um riff de sintetizador alucinante seguida de uma passagem calma de piano com uma melodia fantástica. Destaque também para o baterista Andy Edwards, em especial na música “Pocket Sun” (ver vídeo).
Na minha opinião, a maior virtude deste álbum é a roupagem pop que é dada aos temas. Esta afirmação pode parecer uma heresia para os mais puristas apreciadores de música progressiva, mas música progressiva não é isso mesmo? Uma mistura de estilos, uma procura de arranjos diferentes e originais? E porque não tocar um refrão pop com um compasso 7/4? Este álbum está cheio de refrões explosivos com melodias fantásticas que cativam o ouvinte à primeira. Os arranjos estão também muito bem executados, sendo de destacar, mais uma vez, a preponderância assumida pelos teclados.
Frost* é rock progressivo do século XXI. Moderno, original e explosivo.
TRACK LISTING 1. The stolen eye 2. Ancient lies 3. Incognito 4. Just a dream 5. The stranger within 6. Logan 5 7. Open to attack 8. Point of view 9. Dare to fly ...Bonus track: 10. Distant early warning (Rush cover)
MÚSICOS Volker Walsemann - voz, guitarra Marco Ahrens - guitarra Heiko Spaarmann - baixo Jörg Springub - teclados Andreas Tegeler - bateria
Continuando a escolha de álbuns pouco óbvios, achei que se justificava fazer uma review de um dos primeiros álbuns de metal progressivo que comprei e que ainda hoje é um dos meus preferidos. Foi também dos primeiros da editora Inside Out que adquiri (o primeiro de muitos).
Em 2001 os meus conhecimentos de bandas de metal progressivo eram ainda bastante reduzidos e resumiam-se a Dream Theater e Symphony X, possivelmente as duas principais referências no estilo. Descobri este One in million por acaso, perdido numa prateleira da FNAC. Achei piada à capa e resolvi ouvir sem saber muito bem o que me esperava. A verdade é que a meio da segunda música, "Anciente Lies", a minha preferida do álbum) já estava a ver se tinha dinheiro para o comprar.
Este álbum não tem um tema fraco e está repleto de refrões fantásticos que ficam no ouvido à primeira, o que numa banda de metal progressivo não é nada habitual dada a complexidade da música. Este acaba por ser precisamente o ponto mais forte do álbum. Independentemente da longa duração de algumas músicas, as mesmas acabam por nunca cansar e mesmo ao fim de 7 ou 8 minutos ainda conseguimos descobrir pormenores que mantêm o interesse na música. Destaque também para o vocalista Volker Walsemann e para o seu timbre muito original (já o sotaque...).
Foi também graças à excelente versão dos Rush, "Distant Early Warning", que eu descobri o trio canadiano, razão mais do que suficiente para um destaque especial a este álbum.
Infelizmente os últimos lançamentos da banda (The Chemical Chaos e Save my Soul) não estão ao mesmo nível deste excelente One in a Million.
TRACK LISTING 1. Vert 2. Dixie 3. Depuis L'Automne 4. En Pleine Face 5. Histoires Sans Paroles
MÚSICOS Pierre Daigneault - flauta, saxofone, clarinete Serge Fiori - voz, guitarra, baixo Serge Locat - piano, mellotron, teclados Michel Normandeau - voz, guitarra, acordião Louis Valois - voz, baixo, piano
Não foi fácil escolher o primeiro álbum para apresentar neste blog. Por razões que desconheço, as escolhas óbvias (Dream Theater, Yes, Pink Floyd, Fates Warning, etc) não me pareceram ideais para começar. Resolvi então optar por um álbum cantado em francês de uma banda do Quebec.
Para quem não conhece a banda, Harmonium pode ser descrito como uma fusão entre os ambientes folk de Jethro Tull e a abordagem mais sinfónica dos primeiros álbuns de Genesis. Mas a verdade é que os Harmonium são muito mais do que isso. Longe do virtuosismo exacerbado dos Yes ou ELP ou do experimentalismo de King Crimson, esta banda preocupa-se essencialmente em fazer música acessível mas de uma beleza e intensidade únicas.
Um talento inato para grandes melodias e harmonias vocais, um cuidado com os arranjos das diferentes músicas e a capacidade de alternar diferentes estilos mantendo sempre uma identidade muito própria fazem desta banda uma referência no estilo progressivo.
Ao longo do álbum somos transportados pelas diferentes músicas de uma forma fluida e sempre direccionada para um conjunto de sensações próprias de cada uma das estações. As duas primeiras músicas, referentes à Primavera e Verão, possuem um cariz mais alegre, em especial a música “Dixie” com a sua sonoridade honky tonk. As duas seguintes são mais sombrias e melancólicas mas nem por isso menos intensas. Para terminar temos o épico de 17 minutos (como não poderia deixar de ser num álbum de rock progressivo) que consegue resumir de uma forma perfeita toda a genialidade desta banda, transportando o ouvinte por uma série de emoções, sendo de realçar o soberbo trabalho de teclados e piano. A produção é outros dos aspectos mais relevantes neste álbum: muito simples e limpa, sendo possível ouvir de forma perfeita todos os instrumentos.
Si on avait besoin d’une cinquième Saison é, na sua essência, um álbum de rock progressivo, mas tem a particularidade de ir muito para além das fronteiras de um estilo que de si já é bastante alargado em termos musicais.